Lost to Apathy

terça-feira, outubro 31, 2006

Abertura

Não me doeu bater com a tromba no chão
Pelo menos nunca o fiz de propósito,
Acho
Nunca fui um masoquista do corpo
Mas serei eu um masoquista do espírito?

Pela ultima vez, como prometido
Sentei-me no telhado sereno
pensando para mim mesmo
como é que a noite se transforma em amanhã
Senti o vento ganhar terreno
e deixei o a brisa levar-me para longe
(de ti)

Senti-te em minha face
Decidi que podes tirar de mim o medo
porque eu não entendo as tuas certezas
podes-te perder em mim, eu peço
porque eu só sei ser assim, teu servo
Escravo desse teu sorriso

Talvez então..
(e porque não?)
Tentar beijar, com a emoção
que me persegue e que não me deixa parar
que só me impele a lutar, impotente
mesmo quando tudo está perdido
porque a minha respiração é o teu olhar
Sou eu, o escravo desse teu sorriso

Falas comigo em engimas e silêncios
enquanto vejo-te beber solidão até à ultima pinga
(eu também quero embriegar-te)
como a gravidade, o teu toque ébrio puxa-me
arrasta-me devastador
(também te quero)
sendo o destino.... o chão.

Mas a tortura não me mata
enquanto a loucura não me escapa
a tua essência avança feroz
e me domina
a minha mente raciocina
tentar encontrar um lugar seguro
corro para longe do teu coração
porque o meu agora é só um muro

(ele não para, nem cessa, nem espera, nem vence, nem dói)
Quando eu paro ele recomeça.
Seduz-me e destrói.

Revolto-me outra vez
(não fales mais comigo)
Esqueço-me dos porquês...
Novamente peço-te,
Deixa-me enquanto te roubo a alma
(Há ainda alguma em ti?)

Eu oiço a tua voz
E sinto a vida tornar-se distante
Eu digo-te que sim outra vez
Porque toda a gente quer ser encontrada

Tudo no dia em que o meu coração mudou de cor outra vez.