Nunca esperei realmente chegar a ver a tua cara, A verdadeira.
De todas as vezes sentei-me despreocupado para te sentir (e dizes que não queres mais o meu conforto...)
Gostar de ti, foram só palavras
Abriste-te comigo. Primeiro a boca, Depois os braços E finalmente as pernas Até que me resignei ao medo de te chegar a ter
Se o meu silêncio não te agrada Então apazigua-te o facto de não ter mais nada a dizer
Quebrei devagar, Primeiro teu corpo, Depois o teu espírito E finamente o tal silêncio Até que me apercebi que durante tudo, de todo o tempo Todo aquele fragmento era eu.
Como é que a realidade se metamorfoseou em memórias? Por perto, por enquanto, o ceptro cardíaco aguarda sabendo que desta vez não se enganou. Porque quando dói é a tua reminiscência que eu inspiro. E eu sei, só, como não parou de doer tanto. Soube dizer que não sabia quando não queria dizer mais nada, e depois acrescentar que só a ti eu soube dizer tudo. (Sempre soubeste quem eu sou) Ia pedir desculpa porque não tentei lutar por ti, mas depois arrependi-me. Enquanto não passa nem sara eu não sigo nem digo. Ainda assim espero, a cada dia, beijar na tua boca, as palavras mudas que não disse a mais ninguém. Hoje, como sempre, lembrei-me.