Lost to Apathy

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Partitura

Nunca esperei realmente chegar a ver a tua cara,
A verdadeira.

De todas as vezes sentei-me despreocupado para te sentir
(e dizes que não queres mais o meu conforto...)

Gostar de ti, foram só palavras

Abriste-te comigo.
Primeiro a boca,
Depois os braços
E finalmente as pernas
Até que me resignei ao medo de te chegar a ter

Se o meu silêncio não te agrada
Então apazigua-te o facto de não ter mais nada a dizer

Quebrei devagar,
Primeiro teu corpo,
Depois o teu espírito
E finamente o tal silêncio
Até que me apercebi que durante tudo, de todo o tempo
Todo aquele fragmento era eu.


(clorofórmio)











 

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Parisienne Moonlight II

Como é que a realidade se metamorfoseou em memórias?
Por perto, por enquanto, o ceptro cardíaco aguarda sabendo que desta vez não se enganou.
Porque quando dói é a tua reminiscência que eu inspiro. E eu sei, só, como não parou de doer tanto.
Soube dizer que não sabia quando não queria dizer mais nada, e depois acrescentar que só a ti eu soube dizer tudo.
(Sempre soubeste quem eu sou)
Ia pedir desculpa porque não tentei lutar por ti, mas depois arrependi-me.
Enquanto não passa nem sara eu não sigo nem digo.
Ainda assim espero, a cada dia, beijar na tua boca, as palavras mudas que não disse a mais ninguém.
Hoje, como sempre, lembrei-me.



HB