Lost to Apathy

terça-feira, julho 24, 2007

*

Com os seus lábios senti o mundo nela
Vezes e vezes sem fôlego
Era para o corpo o beijo para sempre da alma
E para nós nunca houve realmente um amanhã

Dia após queda
Nos abraços do dia a dia
Fomos o que seremos e quisemos
Enquanto o tempo deixou

Mas não só a mim o beijo tocou
E tirou o fôlego do fogo no peito
No porém do toque tão dado
O beijo, o tal, só a mim pertencia.

Porque o fogo do fôlego partilhado
Só queimou no meu peito trocado
Pertencendo aos beijos não dados
A diferença do que só a mim não tocou

Todos te tocaram
Mas ninguém te trocou como eu

Alguns de todos te beijaram
Mas só e só o meu beijo beijou
O fogo do desejo do beijo
Que havia por dar em ti

Tive de beijar e tocar o fundo
Para me lembrar agora e para sempre
Que não mais soube beijar sem ti

E na vida da mentira viva
Sempre fomos o que seremos, eu e tu
A cada beijo que passava
Soube que não foi bem beijar assim.

J*

terça-feira, julho 10, 2007

B

Foi quando me deram três euros para salvar o mundo
Que pensei só me faltarem dois e uma alma para me conseguir dissolução
Então gastei-os e a mim na letargia do desejo
Do que vi e só vi
Que não senti nem entendi
Que morreu no meu coração por vezes.

Tinha os olhos azuis do fogo, a miúda
Bonita de beleza e de outras coisas que tal
Foi pena.
Estava bêbado de agonia
Deveras fumado pelo meu espírito
Que nem consegui invadir aquela imensidão

E a diferença no sentir e no fazer
É eu saber mentir melhor
Fingir alguns sussurros de silencio
Calados pela solidão.

E a miúda, azul de olhos, sorriu.

Eu arrebatado roguei limpar com dor no mar do azul
E lutar os olhos do seu fogo,
Frustrado na melancolia de lábios secos envoltos de fumo,
Possuído pelo cancro da emoção.

No mundo que dormi e sonhei com ela
Sorri-me de fantasia no longe beijo dela
E sempre nos gritamos ao mundo
Aguardando finalmente sermos sem fim.