Lost to Apathy

terça-feira, janeiro 31, 2006

Omega, o Assassino de Nuvens

Omega é apenas um grande “o” vazio; como um sol sem planetas em volta, queimando em círculos concêntricos, eliminando partículas de si mesmo, até ao limiar do seu próprio fim. O caminhar para aquilo que está destinado a ser. Um ser sem alma e computorizado.
O personagem pseudo-maquiavélico, inexplicável, por si só, que não existe senão noutro mundo em que a pressão é exercida pelo desejo de poder sonhar um pouco mais.
É a figura que exclama os seus pensamentos através de metafóricas passagens pela intrínseca demência. É o eu que nunca perde, que nunca luta. A anagénese em si mesmo.


- XXX –

Num dia igual aos outros que eclodiu suavemente um espirito. Levanta a sua cabeça que nada teme em si.
Um bom dia praguejado e fechado num senso comum de puras lamúrias e a decisão pacífica de um ódio sereno e de uma complexa dilecção nada passageira.
- Acordou o homicida -
O abraço extemporâneo das donzelas, dos companheiros apenas o torna um pouco mais humano, fomenta a sua simpatética dislexia emocional. Recusa-se a ser parte de algo que teme e tenta odiar primeiro, antes que o odeiem a si. Uma solidão efervescente ecoa no vazio do seu “eu” árido. Num ritual de todos os dias, senta-se no banco à espera dela, mas ninguém sabe bem quem é. Chama-lhe Deusa... No fundo não é ninguém, ele sabe. É apenas a personificação de uma emoção forte e de um desejo demasiado concreto para ser real, é apenas o sonho absoluto e o significado do que estará sempre por alcançar. A criação de algo palpável para supostamente ser atingível.
Um sorriso parisiense seria o suficiente para escapulir-se em ilusão, ou levar-se num furor ambíguo entre as partes de si mesmo, mas a ilusão é isso mesmo, a alucinação de quem deseja.


E lutou tanto...
É miserável este algo-humano espécimen de ódio. Nas nuvens combateu pragas, venceu oceanos. Voou em torno da sua desilusão....
Voar, sentir, morrer, sentir, respirar, sentir, sentir...
E depara-se com a velha posição sem caminho traçado. E ali está ela, que ninguém sabe quem é, a heroína dos seus sonhos, a narcose dos seus sentimentos. Ele inspira o seu amor numa injecção de consciência... Não há para onde ir, não há por quem lutar. Resta apenas beber amor de uma garrafa, encostar-se no seu vazio e voltar a esperar que amanhã nada disso volte a importar.

- In Absentia -

E depois revê-se nas suas palavras, porque já sabe bem que é, já descobriu o que sentia, já se sente verdadeiro outra vez. No rombo da felicidade encontrada o Omega define-se outra vez como o fim, porque a sua origem é mesmo essa, e a conclusão faz parte de si. Pelos segundos em que mereceu sorrir, repara o quão triste é, mas no fundo apercebe-se que vai poder sempre sonhar.

- Id -

Hoje ele curva-se perante tudo aquilo que nunca quis acreditar; supostamente livre das sombras que lhe tomavam a paixão. E assim renasceu Omega, o Assassino de Nuvens.

domingo, janeiro 22, 2006

Parisienne Moonlight

Que viagem intemporal nos espera desde que parte de mim cortou a corda?
Correndo o risco de confusões no membro cardíaco; provavelmente induzindo a uma deturpação da individualidade a alcançar; falhando o alvo, confesso-te: Perdi-me do Caminho...
Segundo dogmas associados, expresso assim, outra vez, todos os toques, todas as palavras; seja o que for que alimente esta chama intensa.
Todos os pensamentos que partilhámos, os bocados de alma que me deste não se esvanecem, porque quando as quedas se sucedem sei que o teu mundo, bem desconhecido por todos, espera pela ousadia do meu ego, para questionar a sua razão.
(Sempre soube quem tu és)
Pensando nas derrotas inflamadas; lambendo feridas que não saram nem cessam; olhando para um céu pintado de nuvens de um sangue púrpura, remetemo-nos àquilo que supostamente sonhámos.
Para sempre, e até ao dia de hoje, lembrei-me de ti. Só porque sim.


HB

quarta-feira, janeiro 18, 2006

In My Time of Need



In this struggle to maintain in this existence
I try to make it on my own
But I fall astray
I feel so lost
It brings me to my knees
Give me the strength I need
When I’m feeling weak
This is my time of need

Give me the peace I need
When I’m feelin’ restless
I need you more than ever
I know there will be a time
When I have fallen
Your hands will guide me out

Sometimes I feel so lost...

When I fall
You help me to rise again



(Seemless)

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Longe do Sol ( Vida )

Losses, losers and more, gain of life's pleasures cohorts listen
behind the doors to a life sheltered in, less than zero in me
all my walls falling down, pains, aloft misery
I'm sure that the lessons were learned I'm sure that the punishments
went well deserved by the pawn in the plan taste of shit bitterness
walk from me everything systematically



Qualquer um, Qualquer lugar

Esperança e o destino estão mortos, finalmente.
Já não invadem os pensamentos: sonhos de um sonho que nunca existiu. O reflexo dos actos obedece à lei universal quando as acções se tornam em reacções. Tinha esperança em poder dizer que nunca se passou nada no mundo, que nunca lutaram, mas ao deparar-se todos os dias com os destroços da guerra tornou-se inevitável acordar mais um pouco: sentir.
Pesadelos imundos invadem a realidade estéril dos pensamentos desse alguém. As necessidades imensas de uma outra personalidade preenchem os medos indignos da escravidão que o espera.
O egoísmo apoteótico insere-se no egocentrismo já detectado. A falha humana: ser, precisar, querer. Tudo o que poderia ser depreendido é perdido em palavras cruéis e o silêncio é o sinal absoluto que ficaram demasiadas coisas para dizer. O coração palpita em espasmos concêntricos de reflexão, expectante à espera que, talvez, não seja tarde demais, mas outra lei universal intervêm clamando a si: que tudo o que abandonado é, podre é, será. A imponência das acções passadas sulcou o buraco em que se enterram as certezas que tudo vai ficar bem.
A recusa em ser parte de um nada, a recusa em dar tudo o que não se tem. Os lamentos empobrecidos; um pedinchar ofensivo sobre aquilo que se considera cobardia. Uma pessoa em felicidade, perdida algures na sua personalidade, á procura do seu ego que tantas batalhas ganhou. Quando a penúria de outros apenas alimentou a paixão da sua conquista absoluta.
É igual, sempre foi...
Sempre foi, agora eu sei...
Talvez os sonhos sejam mesmo feitos para não serem vividos, apenas para serem sonhados... invejados... para sempre.

O Desastre Natural

Pensei que estava morto durante os segundos em que a bomba explodiu bem em cima de mim. Não conseguia sentir o meu corpo entre os escombros com os quais me deparava. O Inverno emocional deturpou as minhas capacidades; sei que já não via luz em lado algum... Estava perdido algures numa guerra que eu com certeza não tinha começado. Feridas, estando longe daquilo que se chamaria o meu lar. Lamber as feridas de um passado obscenamente forte que degolava prontamente.
Mas...
Surgiu um braço.
Surgiu luz...

(respiro...)
(...)

segunda-feira, janeiro 02, 2006

A Trissomia do X

Astenia

A invariável certeza de que não haverá amanhã. ( é o final esperado da história repetida e sequenciada )
A redundância das palavras que não estão em sintonia com as acções. Sensação física de fraqueza de mente. Sensação psicológica de incapacidade física-motora. Acefalia emocional congénita.

Vejo assim em

Empirismo

Segregação da espírito e mente. Resolução de um ódio eterno. Dissolução facínora. Consciência Efectiva.



Amnésia

A axiomática convicção da falta de lucidez. Erudição pela incerteza. Procura de profundidade pela inexistência de convicção.

Morro assim ao

Narcisismo

Narcose do ego. Acoolemia inerente com vapores de humanidade. Psicose absoluta com a efemeridade do corpo.



Anagénese

Calcificação do âmago da consciência. Deterioração do batimento cardíaco em impulsos magnéticos. Mecanização dos sentimentos. Sistematização das cogitações estéticas. Chegar ao fim das emoções narcóticas e cardíacas.


I know, is the last day on Earth,
We’ll be together while the planet dies...
I know, is the last day on Earth,
We’ll never say goodbye



Ataraxia
(De)Cadencia subsequente ao ódio. Acto de fingir não sentir. ( O rio flui vazio...)


Now I found you
Is almost too late
And the sun seems obliviating

But I’m so empty here without you
I know they want me dead



Pureza...